Livro: Televisão e Educação - Joan Ferrés

Como prometido estamos postando o resumo do capítulo 7 do livro Televisão e Educação, uma vez que este capítulo não foi contemplado durante as apresentações.


Capítulo 7
CRITÉRIOS PARA EDUCAR NO MEIO

Nesse capítulo, o autor Joan Ferrés (1996, p.79 a 91), começa discorrendo sobre a discrepância que existe entre as pessoas que possuem o hábito da leitura e aquelas que se dedicam exclusivamente a assistir televisão. Para ele, enquanto somente os que sabem ler correm o risco de serem influenciados pelos livros, a televisão exerce seu fascínio sobre as famílias de menor poder aquisitivo, que não têm acesso aos mesmos. E é justamente essa falta de informação que as torna vulneráveis à manipulação das imagens.
Ferrés nos fala também sobre a necessidade de um método para a análise e compreensão de diversos discursos da televisão. Segundo o mesmo, existem duas atitudes possíveis que permitem a hipnose provocada pelas imagens: devido à sua configuração especial como meio de comunicação e devido à atitude psicofísica que provoca, ou seja, o próprio meio sugere que o telespectador procure uma posição confortável para assisti-lo, o que impede que o cérebro se atente a detalhes, que nesse caso se tornam irrelevantes dado à sensação de contentamento que proporciona.
O autor sugere a utilização do método compreensivo nas escolas. Para ele, esse método propõe uma verdadeira compreensão das técnicas televisivas que supere as análises superficiais, mas sem provocar a perda do prazer proporcionado pela mesma, ou seja, formar cidadãos críticos sem abrir mão da satisfação de assistir televisão.
Para os educadores que acreditam que no campo do cinema e da televisão somente a formação humanística ou ética são suficientes, Ferrés esclarece ser necessário que haja também uma formação técnica, o que possibilita a adoção de uma postura crítica e reflexiva diante dos mesmos. A curiosidade infantil é para esse autor, a ferramenta com a qual o educador deve trabalhar para o desenvolvimento de esse olhar crítico.
 O índice de consumo da televisão pelas crianças tem, na visão do mesmo, aumentado consideravelmente entre as pessoas culturalmente menos favorecidas. Dentre os fatores que têm contribuído para esse aumento, o autor cita a escassez de áreas verdes nas cidades e a impossibilidade dos pais de dedicarem mais tempo a seus filhos.
Neste capítulo, o autor se refere á televisão como sonho e faz uma distinção entre os conteúdos manifestos que, segundo ele, referem-se à dimensão narrativa do sono e o conteúdo latente que se refere à realidade profunda mascarada pelo relato. Faz uma relação desses dois conteúdos com a televisão, que tende a ser gratificante dos pontos de vista sensitivo, mental e psicológico, mas que exige uma postura reflexiva para o total aproveitamento de seus aspectos benéficos, impedindo que a realidade se confunda com a fantasia.
O autor Joan ferrés, nos chama a atenção para a síndrome da dependência causada pela televisão. Segundo pesquisadores, as pessoas acostumadas a assistir televisão diariamente, quando por algum motivo são obrigadas a absterem-se desse hábito, apresentam o mesmo comportamento dos viciados em fumo, álcool ou outras drogas. Os sintomas apresentados pelas crianças são também preocupantes. Para psicólogos e pedagogos, uma criança viciada em televisão, tende a apresentar dificuldades de concentração, tédio, irritação, comportamento agressivo, dentre outros. O autor alerta esclarecendo que “a televisão pode ser enriquecedora se utilizada em doses adequadas, mas perigosa quando chega a provocar dependência”.
Com relação à passividade, Ferrés afirma que o telespectador adulto não é uma esponja que absorve tudo que assiste na televisão, prova disso são a seleção e interpretação que faz ao escolher aquilo que desperta o seu interesse, interpretando esse conteúdo de acordo com seus próprios esquemas mentais. Em se tratando das crianças, esse mesmo autor esclarece que essa interpretação não ocorre de modo semelhante. Para ele, as experiências prévias delas não são suficientes, o que as torna mais vulneráveis. O papel do educador nesse aspecto é de primordial importância.

No que diz respeito aos conteúdos violentos apresentados pela televisão, Ferrés diz ser um aspecto polêmico e controverso entre os educadores e pesquisadores, que não chegam a um consenso sobre a interpretação desse fenômeno. Alguns acreditam que a televisão é responsável pelo alto índice de violência nos países industrializados. Para outros, a verdadeira violência tem sua origem na própria sociedade e que a televisão apenas a reproduz.

3 comentários:

  1. A TELEVISÃO COMO AGENTE DE CONSUMO.
    A DIMENÇÃO PUBLICITARIA DO MEIO
    A publicidade e essencial para custear a programação da televisão, no qual a função da televisão é o incentivo ao consumo, a programação sempre muito chamativa vende uma ideologia de consumo direta ou indiretamente, seja nas propagandas ou nas marcas que as novelas ou os programas de auditório usam.
    A INSITAÇÃO AO CONSUMO
    Toda a programação ofertada na televisão é pensada como forma de incentivar ao consumo, das novelas aos programas de auditório existe uma ideologia consumista encoberta pelo sistema. A idéia de uma família feliz, que do nada tem uma ascendência social e deixa de ser pobre, e o sonho de todos, e a televisão sempre esta contando esse conto de fadas no intuito de prender o telespectador na frente da televisão, para que quando entre a propaganda de certa mercadoria, todos estejam ali para ver, já alienados a uma verdade de faz de conta. Assim ela cumpre uma de suas missões que é fazer que o telespectador esqueça sua condição de excluído perante a sociedade capitalista em que vive.
    A TELEVISÃO COMO OBJETO DE CONSUMO
    A audiência a qualquer custo é a meta dos produtores da televisão.
    Os marcadores de índices estão sempre apostos para medir os índices de audiência que cada programa esta recebendo. O estado de zapping* é a grande preocupação dos produtores, pois não obtem um nível de audi
    *ZAPPING, é o nome dado a ação de trocar de canal varias vezes, em buscar de uma programação que te agrade, sem um chegar a um objetivo.



    A INFORMAÇÃO COMO MERDACDORIA
    A televisão em seu aspecto positivo mostra as informações do mundo em segundos. O mundo nunca esteve unido tão rapidamente como se encontra nos dias de hoje, com a televisão e suas transmissões ao vivo.
    Mas a transmissão de informação também é vista como mercadoria, quem não para de fazer alguma coisa quando escutamos uma informação de acidente ou de a morte de alguém? A televisão usa dessa necessidade que temos de querer esta informada do que acontece ao nosso redor.
    A TELEVISÃO COMO MERCADORIA
    Toda informação que possa garantir audiência, torna se mercadoria, não importa se a noticia é boa ou trágica, ela será usada como forma de prender a atenção do telespectador na frente da televisão e aumentar os níveis de audiência.

    ESPETACULO EM CASA
    A televisão como indústria cultural, traz varias espetáculos para dentro de casa. “Na grade de programação são apresentados espetáculos variados como, cinema, musicais, teatros e circenses, como objetivo final de se obter índices de audiência, favorecendo a transmissão de uma ideologia de consumo.” No período da novela Salve Jorge, todos usavam a moda da Elô, mesmo achando estranhíssimo usar uma pulseira por cima da camisa”. Televisão dita a moda que se vestir, o carro a se usar ou a comida que se deve alimentar, alienado seu pensamento de querer as necessidades de vender que a programação precisa.
    A REALIDADE COMO ESPETACULO
    A informação transmitida seja ela boa ou má tem como objetivo prender o telespectador em frente á televisão. A maior prova disso são os programas sensacionalistas que virou moda em todo mundo.
    A televisão manipula o interesse dos telespectadores com sua programação, separando o que é mais importante para manter sua audiência.
    SUPERNADA
    A televisão na verdade traz muito pouco de importante e sim um super nada que consegue alienar a visão e prioridades do mundo em que vivemos.

    Os programas que não alcançam os níveis de audiência esperado ou são remanejados de horários ou simplesmente excluídos da grade de programação, independente se os conteúdos expostos e bons ou ruins, em nível cultural.

    Acadêmica: Camila Sousa Cabral
    Cleussy Rodrigues da Silva
    Daiana Moraes Lima

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  2. Desde de "cedo", devemos ensinar as crianças a assistir tv com um olhar mais critico, mais realista, mostrando pra elas o que é de verdade, e assim quando mais velhas, serão pessoas mais criticas, não ira perder tempo vendo coisas " sem noção".

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  3. Observações retiradas do capitulo 1 - A televisão como extensão da pessoa.

    Respostas Afetivas:Por desenvolver processos mentais diferentes, a televisão possibilitou também uma nova gama de respostas criadas pelo telespectador, onde o raciocínio segue a linha do gosto,não gosto, que se sobre sai ao concordo,não concordo. Onde o intuitivo e emocional, se torna mais comum do que o intelectual e o racional.A televisão por sua programação rápida e dinâmica, impossibilita tempo para a reflexão dos fatos informados, criando assim um âmbito de respostas mais emotivas do que racionais. Um misto de musicas, imagens botinas e cativantes, os movimentos das câmeras cria uma atmosfera de adormecedora, onde bloqueia a capacidade de raciocínio, criando um jogo apenas de aceitação por parte do telespectador e de doador único do apresentador.

    Multiplicação e mediação das experiências: Devido a exposição da criança a televisão desde os primeiros anos de vidas, faz dela um receptor de informações muito mais jovem do que uma criança nascida a gerações passadas. Isso faz com que elas passam a ter mais acesso a experiências de vida, não recomendadas para aquela idade. E esta onda de maturidade nas crianças,fazem com elas possam vir a ser adultos infantilizados num futuro vindouro. Tendo acesso a informações destinadas a adultos, as crianças de hoje em dia estão sendo expulsas do próprio jardim de infância.

    O sentido do imediato e da impaciência: A imprensa deu ao homem a capacidade de conceitualização enquanto que a imagem restitui a cultura do imediato. Numa narrativa, o autor abre mão da continuidade da historia, para se ater a descrição do ambiente onde tudo a historia esta se passando, para que o leitor possa criar seu próprio cenário, de acordo com as características dadas pelo autor, na televisão o personagem traz consigo o lugar onde a cena se passa, causando assim o sentido imediato das coisas. E se determinada cena não é do agrado do telespectador, a opção que se cria é a de mudar o canal, ainda sim dando vazão ao imediatismo. Porem a frustração é notória quando se percebe que a vida não é simples como mudar de canal, que por mais que a televisão nos de uma sensação de liberdade, onde o simples apertar de um botão pode nos levar de um mundo ao outro, criando uma ilusão visual de que podemos estar em qualquer lugar, está mesma na verdade esta nos deixando claro que querer estar em todos os lugares ao mesmo tempo, é na verdade não esta em lugar nenhum, pois ainda estaremos apenas na frente de um receptor,absorvendo apenas o que nos foi permitido saber e ver, deixando claro que querer saber tudo,é não saber nada sobre nada. Que no fundo apenas nos impossibilita de criar um próprio julgamento sobre determinado assunto.

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